A Repsol começou a produzir hidrogénio renovável no centro industrial da Petronor (Bilbau, Espanha). O eletrolizador, de 2,5 MW, tem capacidade para gerar 350 toneladas por ano de hidrogénio renovável para uso industrial, principalmente na refinaria, como matéria-prima para o fabrico de produtos com menor pegada de carbono.
O hidrogénio renovável também é utilizado na plataforma logística do Parque Tecnológico de Abanto Zierbana, situado a 1,5 quilómetros de Bilbau, como propulsor dos autocarros e do transporte pesado. Para isso, a Repsol e o Ente Vasco de la Energía (EVE), colocaram naquele local a primeira hidrolineira (fonte de hidrogénio) do País Basco, obtém o hidrogénio a partir do eletrolizador da Petronor, através de um hidroduto, instalado pela Nortegas.
O arranque deste eletrolizador assinala um marco no caminho da Repsol para as zero emissões líquídas, no qual a transformação dos seus centros industriais desempenha um papel fundamental. Neste sentido, a Petronor contará nos próximos anos com outros dois eletrolizadores, de 10 MW e de 100 MW de capacidade. Este último, de grande escala, foi reconhecido pela Comissão Europeia como Projeto Estratégico de Interesse Europeu Comum (PIIEC).
A Repsol instalará outros eletrolizadores nas imediações dos seus restantes centros industriais na Península Ibérica, como alavanca de descarbonização. O eletrolizador localizado em Cartagena terá uma capacidade de 100 MW e também foi classificado como PIIEC; o de Tarragona, de 150 MW, será o maior de Espanha, e foi selecionado pela Comissão Europeia como projeto inovador para receber fundos do programa Innovation Fund. A Repsol prevê instalar eletrolizadores de 30 MW de capacidade, perto dos seus complexos industriais de Puertollano e da Corunha. Em Sines será instalado um eletrolizador de 4 MW para produção de hidrogénio a incorporar nos produtos a produzir a partir de 2025.
A empresa é o primeiro produtor e consumidor de hidrogénio em Espanha. Atualmente, produz nos seus complexos industriais cerca de 360.000 toneladas de hidrogénio por ano, o que representa quase 60% da procura nacional.
Hidrógenio renovável, matéria-prima de produtos com menor pegada carbónica
O hidrógenio renovável é utilizado como matéria-primeira no processo de fabrico de produtos com pegada de carbono reduzida, como os combustíveis renováveis. Além disso, o desenvolvimento destes eletrolizadores vai permitir a implementação da infraestrutura necessária para o uso de hidrogénio na indústria, em mobilidade, no setor do gás e da eletricidade renovável, promovendo a produção europeia associada a estes setores.
Para o uso no setor da mobilidade, a Repsol tem prevista a implementação de uma rede com pontos de abastecimento de hidrogénio renovável nas imediações dos seus centros industriais, bem como nos principais corredores logísticos da Península, onde a procura é suficientemente significativa para a instalação de um eletrolizador. Pela sua relevância e objetivos, este projeto foi selecionado pela Comissão Europeia para receber financiamento ao abrigo do programa CEF (Connecting Europe Facility, sigla em inglês).
O arranque deste eletrolizador representa, ainda, um passo importante para o Corredor Basco de Hidrogénio (BH2C), um dos projetos regionais relacionados com hidrogénio renovável, mais importantes em Espanha. Promovido pela Repsol e pela Petronor, o objetivo é criar um ecossistema mais eficiente possível, tanto em custos de fabrico, como logísticos e de transformação, ligando a capacidade de produção às necessidades da indústria circundante e de nova criação, além de diversificar a aplicação do hidrogénio renovável.
Além do Corredor Basco de Hidrogénio, a Repsol apoia importantes iniciativas regionais para promover a criação de clusters de hidrogénio, como o Vale do Hidrogénio da Catalunha, promovido pela Repsol e pela Enagás, e coordenado pela Universitat Rovira i Virgili (URV); o Vale do Hidrogénio da Região de Múrcia, onde a Repsol é um dos principais promotores; destacando-se também a sua participação no clusters de hidrogénio de Castela-Mancha.