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Notícias

27/06/2025

Renováveis disparam, mas combustíveis fósseis continuam a subir

Energia e Clima

O estudo anual com estatísticas da energia publicado pelo Energy Institute, em parceria com a Kearney e a KPMG, revela que 2024 foi um ano histórico em vários indicadores: a procura total de energia cresceu 2%, enquanto a procura de eletricidade cresceu ainda mais — 4% — e todos os tipos de energia registaram valores máximos de produção.

Crescimento das renováveis vs. combustíveis líquidos

A produção de eletricidade eólica e solar aumentou 16% em 2024, um crescimento quase nove vezes superior ao da procura total de energia.

Apesar deste impulso, o consumo global de combustíveis fósseis aumentou ligeiramente — pouco mais de 1% — devido à recuperação da procura por gás natural e ao crescimento em mercados emergentes .

Destaque para os mercados de petróleo e combustíveis líquidos

A China registou uma ligeira queda de 1,2% na procura de petróleo em 2024, sugerindo um possível pico no consumo deste recurso.

Já mercados como a Índia e outras economias fora da OCDE continuam a registar aumento do consumo, precisamente quando a procura global de eletricidade acelera, alimentada pela urbanização, industrialização e eletrificação do transporte.

Impacto no setor da energia

A procura total de energia atingiu 592 exajoules (EJ), um aumento de 2%, com todas as fontes — incluindo petróleo, gás, carvão, nuclear, hídrica e renováveis — a atingirem níveis históricos.

A energia elétrica cresceu 4% em 2024, reforçando a importância da eletrificação na transição energética .

Perspetivas sobre combustíveis líquidos

Embora a era das renováveis avance, o petróleo e os seus derivados (combustíveis líquidos) mantêm uma fatia significativa do consumo energético global, desempenhando um papel fundamental nos transportes, indústria e geração de energia.

A capacidade de refinação mundial continua elevada, acompanhando o ritmo da procura. Em 2023, a China ultrapassou os EUA em capacidade de refinação, processando cerca de 18,5 milhões de barris por dia.

Prevê-se que o pico da procura por petróleo e derivados possa ocorrer até 2030/2031, conforme projeções da IEA e outras entidades.

O presidente do Energy Institute, Andy Brown, afirma que o mundo está a viver "um quadro complexo de transição energética", em que a eletrificação avança rapidamente, mas as renováveis não acompanham o ritmo da procura global, que continua fortemente dominada pelos combustíveis fósseis 

Para Nick Wayth, CEO do Energy Institute, embora todas as fontes energéticas tenham alcançado máximos, "a escala e a direção das opções energéticas da China serão determinantes" para o equilíbrio entre segurança, acessibilidade e descarbonização 

O estudo conclui que 2024 foi, portanto, um ano de "transição energética caótica" — marcada por grandes avanços tecnológicos, mas também por fracas substituições dos combustíveis tradicionais — exigindo estratégia, resiliência e ação coordenada para responder aos desafios climáticos. São também salientadas as diferenças regionais que continuarão a exigir respostas adequadas a cada situação.

Consulte o estudo aqui.